O primeiro aumento da taxas de juros em 6 anos, e agora?
Um dos assuntos mais comentados do momento no mercado das finanças e imobiliário é nível da taxa de juros Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) – atualmente em 2,75%, mas afinal o que é a Selic e qual a sua relação com os mais distintos setores da economia?
Selic e as operações bancárias
As oscilações da taxa Selic impactam diretamente nas concessões de financiamento, rotativo de cartões, empréstimos bancários, rendimentos de poupança, investimentos em fundos de renda fixa, de modo geral com a taxa em baixa aumenta o consumo da população, pois há uma facilidade de obter crédito com juros mais reduzidos.
Em caso de alta da Selic a tendência é o encarecimento de bens e serviços aos consumidores devido juros mais elevados e por consequência desaceleração econômica.
Histórico de Cortes dos últimos anos
Desde os anos 90 a taxa Selic não estava tão baixa quanto no final do ano passado. Os cortes iniciaram em 2016, a fim de impulsionar e reerguer a economia do país que enfrentava uma recessão, a taxa vigente para aquele ano era de 14%. No ano seguinte a taxa continuou em queda começando 2017 com 13,75% e ao chegar em dezembro com corte de 50%, representando 7%.
Em 2018, o percentual era de 6,5% e o segundo semestre de 2019 registrou 5,5%. Assim como na escolha do novo Papa, que Cardeais se reúnem em Conclave para deliberar o novo representante da Igreja Católica, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) realiza reuniões periódicas para definir quais os rumos da taxa Selic.
E 2020 que iniciou em queda com a taxa em 3,75%, bateu o recorde de corte anunciado em meados de junho com o percentual de 2,0%. Em março de 2021, por conta da inflação acumulada nos últimos meses, o Banco Central anunciou o primeiro aumento da taxa de juros dos últimos juros, mantendo a taxa nos atuais 2,75%.
Apesar do recente alta, a Selic baixa é favorável para o mercado imobiliário?
O momento de realizar o sonho de sair do aluguel, comprar a casa própria ou simplesmente investir em imóveis nunca esteve tão em alta. Com a redução da Selic os financiamentos ficam mais baratos gerando uma flexibilização por parte das instituições financeiras, o que resulta em boas negociações tanto para quem deseja comprar ou vender.
A baixa rentabilidade de fundos de renda fixa puxados pelo corte da Selic, bem como poupança tornam o investimento em imóveis ainda mais atrativos, pois a valorização em longo prazo e liquidez dos bens adquiridos são fontes seguras de retorno.
Com a inflação estabilizada e medidas de fomento econômico o mercado imobiliário movimenta cifras significativas em operações imobiliárias o que garante geração de emprego e renda.
Como a taxa Selic é a taxa básica de juros do mercado, sua oscilação percentual influencia diversos níveis da economia e o mercado imobiliário é um dos setores mais afetados. E redução mais acentuada dessa taxa devido à melhora das expectativas macroeconômicas e a aprovação de algumas reformas econômicas por parte do Governo Federal, nos leva a crer que ocorrerá dois movimentos no mercado: os investimentos em Renda Fixa como CDBs, Títulos Públicos e Poupança, por exemplo, ficam menos atrativos.
Automaticamente, há uma migração desses investidores para o mercado imobiliário, pois o rendimento com aluguéis e a valorização dos imóveis se torna mais convidativo para aplicação de seus recursos, pois há uma redução dos juros para quem toma financiamento imobiliário acarretando em um aumento da demanda por imóveis, pontua o economista Rafael Corrêa.
O déficit habitacional no Brasil, ainda é uma demanda a ser superada. Programas de incentivo para aquisição de imóveis, novas modalidades de financiamento e criação de linhas de crédito incentivam o setor da construção civil a expandir.
Santa Catarina é um dos estados com maior valorização imobiliária do país, cidades como Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema e a capital Florianópolis se destacam no ranking de cidades com o metro quadrado mais valorizado do Brasil e despontam em índices de segurança, saúde, educação, infraestrutura, mobilidade urbana e qualidade de vida.
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